Mulher, Mulheres.

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Assim como a dança, substantivo feminino, a mulher é um composto de vontades, descobertas, transformações e partes do corpo. Fiéis a esta semelhança, três bailarinas, mães, intérpretes e coreógrafas vivenciam no palco os seus próprios questionamentos e complexidades como um microcosmo da figura feminina na sociedade contemporânea. Juntas, elas atravessam um terreno de coreografias utilizando elementos simples e de forte referência, como vestidos e sapatos de salto alto coloridos. Intervenções em vídeo, texturas minimalistas de iluminação e uma trilha sonora ao mesmo tempo urbana e universal complementam o auto-retrato desta mulher singular revelada ao público.

 

Imersas em um jogo de luz e sombra, inicialmente, as mulheres abrem as janelas e oferecem aos olhares dos espectadores a entrada por seus caminhos secretos, que revelam as passagens transformadoras entre os seus estados. Trazem para o palco solos que refletem pessoalidades e particularidades. Representam confissões pinçadas no cotidiano e partilhadas entre elas. A história começa sendo contada “elas por elas mesmas”, de forma lírica, dramática, introspectiva e bem humorada.

 

O espetáculo não é totalmente denso e traz um vazio a ser preenchido, a busca pela essência, a mulher e seus impulsos. O sonho de idealização da “menina-bailarina-na-ponta-dos-pés” se contrasta, durante o espetáculo, com o frenetismo imposto ao sexo feminino diariamente. Em meio à paisagem sonora do caos, da disputa pelo espaço, a mulher não pára. Sobe e desce. Carrega na leveza do seu ser a responsabilidade do cotidiano. Fica entediada. Expõe sensações que não se traduzem. Rompe com o sonho. Samba, rebola, requebra, mexe-mexe e mostra ao público o prazer e a felicidade em ser o que é.

 

 

Ah, essas mulheres.

 

Quando cheguei encontrei muitas, muitas mulheres.

Talvez todas estivessem ali, nunca saberei. Naquela sala estavam

A mulher que (se) espreita,

A mulher do lago, transcendente, parideira,

A mulher simétrica, arrumadinha,

a mulher voraz, a mulher-árvore,a mulher-memória

e a  mulher devaneio também tinha vindo, quase chegou atrasada.

Encontrei ainda aquela mulher que pede a Deus

que nunca lhe falte as crianças, o batom, os sapatos, o espelho e o homem.

Por fim, apareceu a mulher melancia, melão, mamão,

siliconada, tarada, redonda,suada,

farta de tanto ser mulher, imprescindível, apaixonada e cansada..

No entanto, quando menos esperava, ainda vieram as mulheres que sangram, que vivem em silêncio,

que escutam o que não é dito,

que se co-movem com o que não veem, admiram abismos

e fatalmente

voam.

Este trabalho é um vôo de três mulheres.

 

Se a pele tem flor…

permita-se.

 

Agradeço carinhosamente a Sandra, Letícia e Kika, que me trouxeram

“a dança de volta”.

 

Tarcísio Ramos Homem

 

 

 

 

 

 

 

Ficha Técnica

Concepção, Criação e Interpretação: Kika Brant, Léticia Carneiro e Sandra Santos | Orientação dramatúrgica, artística e coreográfica: Tárcisio Ramos Homem | Iluminação: Leonardo Pavanello | Figurino: Silma Dornas | Trilha Sonora Original: Lucas Miranda | Vídeo-artista: Alexandre Pires de Cavalcanti (Imago) | Cenografia: Rodrigo Quik | Fotografia: Guto Muniz